quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

São Tomás de Aquino e a prostituta.

POR: EPISÓDIOS DA VIDA DE SÃO TOMÁS DE AQUINO.




Tomás, fechado sozinho no seu quarto, se repousa debaixo de boa guarda, enviam-lhe uma esplêndida jovem, prostituta especializada na sua arte, com a missão de levá-lo à falta por olhares, toques, jogos e outros estratagemas. Quando a vê, ele que exala já o amor esponsal pela sabedoria de Deus, ele o combatente invencível, sente por permissão da divina Providência em vista de triunfo mais glorioso, a excitação da carne que habitualmente tinha sob o domínio da razão. Brandindo um carvão ardente tirado da chaminé, expulsa com indignação a cortesã do seu quarto. Depois, cheio de fervor espiritual, chega ao ângulo do quarto e traça com a cabeça do tição o sinal da Santa Cruz na parede. Prosterna-se em terra e, com lágrimas, pede a Deus que lhe conceda um cinto de perpétua castidade a fim de servir sem corrupção nos combates. Assim rezando e chorando, adormece rapidamente e eis que dois Anjos são enviados para lhe assegurar ter sido ouvido por Deus na vitória de um combate tão difícil. Eles o tomam de cada um dos lados pelos rins e dizem-lhe “Da parte de Deus e a teu pedido, nós te cingimos de um cinto de castidade que nenhuma violência te poderá arrancar. Aquilo que a virtude humana não pode atingir pelo seu mérito, isso te é oferecido em dom pela generosidade divina”. Nunca ele sentirá que este cinto foi forçado intimamente. Isso será repetido pelo testemunho muito seguro dos seus confessores à hora da morte. Jamais ele terá o sentimento de ter violado na sua virgindade ao longo de perigosos combates que travará até à hora da morte. Ele sentirá desde então uma aversão pela aparência das mulheres. Evitará muito cuidadosamente o seu contato, a sua conversação e a sua freqüência. Admiram-no habitualmente por isso e ele, quando o sabe, repete freqüentemente que os homens consagrados às especulações divinas podem rapidamente perder muito tempo a falar na companhia das mulheres, a menos que esses contatos sejam suscitados pela necessidade de uma causa particularmente útil, ou que tratem de Deus e das coisas divinas. «Ele sentiu fisicamente esse aperto angélico e acordou num sobressalto com clamor. Como se inquietam dos seus gritos, ele nada quer revelar do dom de Deus. Mantê-lo-á ostensivamente escondido até à sua morte. Confiar-se-á apenas ao seu companheiro e será este que o contará muitas vezes como exemplo, para louvor de Deus e recomendação dos santos. «Oh bem-aventurada cela exígua onde flameja tal esplendor de inteligência! Oh salutares entraves que contribuem tanto à livre contemplação dos Céus! Oh tentação benéfica, que o inimigo quer levar à queda e que jorra, com a assistência divina, em triunfo da força vitoriosa na luta! Oh provas manifestas e consumadas dos méritos da sua vida e da sua santidade! Aguerrido na sua sensibilidade e lutador indomável, ele não pode ser amolecido pelas delícias nem quebrado pelas afrontas! Oh atleta viril e soldado triunfante! Ele submete o antigo e servil demônio, consegue uma vitória insigne num tão difícil combate e mostra-se digno da coroa em todos os outros! Oh bem aventurado peregrino e hóspede do século, tu conquistas o título de cidadão do Céu e mereces, por dispensa divina, ver os seus concidadãos, tu que a sociedade dos Anjos não renega quando estás cingido de castidade, tu digno de um Anjo pela tua pureza enquanto de bates na Terra pela tua virgindade!»




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